Cresci a achar que estar doente era equivalente a ser fraca. Que admitir os meus sentimentos, expor as minhas vontades e fraquezas eram fragilidades inconvenientes. Um belo dia, há pouco mais de um ano, fiquei muito doente. Achei que ia morrer. Estive 14 dias internada num hospital e a dor foi um processo constante e traumatizante. Foi-me diagnosticada uma doença crónica.
Andava a fingir que conseguia dar conta do recado sozinha (sim, não cheguei lá à primeira), quando uma amiga que é seguida pela Patrícia me aconselhou a fazer terapia. Automaticamente refutei, achei que não ia lá fazer grande coisa, afinal terapia também era para os outros, não para mim.
Hoje em dia, passados 10 meses de terapia, sei que fazer terapia com a Patrícia foi uma das melhores decisões da minha vida. Não tenho tudo solucionado dentro de mim (será que alguma vez temos?) mas sinto que aquele momento é extremamente poderoso e enriquecedor na minha vida e não estou pronta para abdicar dele.
Patrícia Brissos